Venham brincar comigo
Atirem-me um pau, eu vou buscar
Mandem-me rebolar
Que também rebolo,
É tão bom brincar na realidade
E brincar às existências
Sejamos dissimulados
E com falsas promessas
Sejamos máscaras neste caminho para lado algum
É bom existir e ser usado
Sou uma peça de roupa resistente,
usem... abusem... vistam-me
Do direito, do avesso, amarrotem-me e atirem-me para um canto do quarto
Lembrem-se de mim quando já não existir mais nada para usar. É bom ser recordado às vezes, mesmo que seja apenas na ausência
Andem lá, força!
Até aguento bem as rotações da máquina a altas temperaturas, não têm que gastar as vossas delicadas mãos para me manter usável, também suporto o calor do ferro, por isso passem-me sem medo. Não reclamo o vapor, apenas gosto de ser usado.