Não consigo dormir.
Vejo o teu corpo quente ao lado do meu.
Passeio os meus dedos por ti
Escrevo na tua pele palavras de desejo
Escorre pelo meu rosto uma lágrima e outra.
Quero-te
Desejo-te
Apetece-me beijar-te
Sacudir-te
Arrancar-te dessa letargia
Gritar o teu nome enquanto cravo as minhas garras na tua carne.
Cravar os meus dentes no teu pescoço
Passar com a minha barba em teus contornos
Rasgar-te até fazeres parte de mim.
Deixar nossas veias se fundirem e nossos vasos serem unos.
Partilharmos o mesmo leito de prazer e de carne.
Quero-te
Desejo-te
Apetece-me beijar-te
Sacudir-te
Ter-te
Ser teu.
Ainda dormes, reviraste na cama e mudas de posição
Saturday, January 20, 2007
Thursday, January 18, 2007
Pegadas essenciais
Raiva silenciosa num ecoar de nada vago como essência de ti.
Observo o azul brilhante com reflexos de prata, em busca da razão de existires fora de mim e do todo que sou.
Quem sou? Não sei, cada vez menos encontro resposta a esta questão. Sou talvez o amor de ninguém, o amor de algum ser passado ou futuro, mas nunca neste tempo presente. Passei de anjo a demónio e fiquei-me pela mortalidade de uma existência sem razão, objectivo ou futuro. Passei a ser mais um na multidão, passei a ser mais um reflexo da verdadeira realidade que não é esta. Não sou, não existo e jamais existirei neste tempo em que o tempo não existe e para nada serve.
Vagueio por esta areia fina e mutável onde o mar apaga o rasto das minhas passagens. Não deixo rasto de mim neste mundo e caminho para o esquecimento existencial. Serei mais um que não existiu, mais um vazio a ocupar um espaço no cemitério. Serei mais espaço ocupado no arquivo dos registos.
Tento marcar mais um pouco as minhas pegadas, mas de nada serve, de nada mesmo. Não posso lutar contra a minha falta de existência, não posso lutar contra esta apatia medíocre que me funde com a sombra do tempo e que me anula o ser.
Carne, ossos e pele… em breve nem isso estará aqui para registar a minha passagem. Passagem que não sei a que se deve, nem para que serve… não sei para quê, nem porquê.
Podia fugir, mas não adianta, para onde for existirei e continuarei a não existir. Fugir de mim também não resolve… pois tudo o que faço parte de mim e abstrair-me de mim só resultaria por uns instantes não eternos. Sou obrigado a coabitar comigo, mesmo que não queira e mesmo que seja contra isso.
Queria apagar esta luz… queria mergulhar nesta escuridão de mim e não emergir a esta realidade que me sufoca e me mantêm cativo. Queria condensar-me no ar e voar livremente por entre as partículas gasosas que compõem a nossa atmosfera. Queria ser uma partícula de água e misturar-me com as outras milhares e deixar de me questionar.
Queria ser mais um grão de areia neste areal branco e puro, varrido pelo mar e pelo vento.
Queria ser invisível, não ter consciência, não pensar, nem reclamar. Queria não ser mais do que aquilo que já não sou.
Leva-me contigo
Tira-me daqui
Liberta-me ao vento
Que eu vou.
Observo o azul brilhante com reflexos de prata, em busca da razão de existires fora de mim e do todo que sou.
Quem sou? Não sei, cada vez menos encontro resposta a esta questão. Sou talvez o amor de ninguém, o amor de algum ser passado ou futuro, mas nunca neste tempo presente. Passei de anjo a demónio e fiquei-me pela mortalidade de uma existência sem razão, objectivo ou futuro. Passei a ser mais um na multidão, passei a ser mais um reflexo da verdadeira realidade que não é esta. Não sou, não existo e jamais existirei neste tempo em que o tempo não existe e para nada serve.
Vagueio por esta areia fina e mutável onde o mar apaga o rasto das minhas passagens. Não deixo rasto de mim neste mundo e caminho para o esquecimento existencial. Serei mais um que não existiu, mais um vazio a ocupar um espaço no cemitério. Serei mais espaço ocupado no arquivo dos registos.
Tento marcar mais um pouco as minhas pegadas, mas de nada serve, de nada mesmo. Não posso lutar contra a minha falta de existência, não posso lutar contra esta apatia medíocre que me funde com a sombra do tempo e que me anula o ser.
Carne, ossos e pele… em breve nem isso estará aqui para registar a minha passagem. Passagem que não sei a que se deve, nem para que serve… não sei para quê, nem porquê.
Podia fugir, mas não adianta, para onde for existirei e continuarei a não existir. Fugir de mim também não resolve… pois tudo o que faço parte de mim e abstrair-me de mim só resultaria por uns instantes não eternos. Sou obrigado a coabitar comigo, mesmo que não queira e mesmo que seja contra isso.
Queria apagar esta luz… queria mergulhar nesta escuridão de mim e não emergir a esta realidade que me sufoca e me mantêm cativo. Queria condensar-me no ar e voar livremente por entre as partículas gasosas que compõem a nossa atmosfera. Queria ser uma partícula de água e misturar-me com as outras milhares e deixar de me questionar.
Queria ser mais um grão de areia neste areal branco e puro, varrido pelo mar e pelo vento.
Queria ser invisível, não ter consciência, não pensar, nem reclamar. Queria não ser mais do que aquilo que já não sou.
Leva-me contigo
Tira-me daqui
Liberta-me ao vento
Que eu vou.
Desejo matinal
Os meus dedos caminham, dedo ante dedo, pelas linhas do teu corpo nu em minha mente.
És forma… desejo.
Patino na lisa superfície das tuas ancas e rastejo direito para os teus pés.
És calor… desejo.
Deixo as minhas unhas acariciarem as tuas pernas, lideradas pela minha língua sedenta do teu sal.
És suspiro…desejo.
Acaricio as tuas nádegas macias e apetecíveis, enquanto me delicio a dar-te prazer.
És sabor… desejo.
O teu corpo chama pelo meu e as tuas veias vibram ao mais ínfimo toque de um pelo meu.
És perfume… desejo.
Nossos corpos fundem em perfeita harmonia e sinto que este momento é eterno… até termos atingido o orgasmo dos sentidos.
Tuesday, January 16, 2007
Esta noite...
Esta noite preciso de uma boca para devorar.
Preciso de uns olhos para me comer.
Preciso de umas mãos para me arrancar a pele.
Quero sentir umas unhas a rasgar esta membrana
Quero sentir uns dedos larvosos a apodrecerem-me a carne e a matarem-me de desejo.
Preciso de uns olhos para me comer.
Preciso de umas mãos para me arrancar a pele.
Quero sentir umas unhas a rasgar esta membrana
Quero sentir uns dedos larvosos a apodrecerem-me a carne e a matarem-me de desejo.
Sinto o teu olhar penetrar em mim…
Sinto o teu olhar penetrar em mim… a cor dos teus olhos que não vejo incendeiam o mais profundo dos meus sentimentos. Vejo-me e revejo-me em ti. Na tua expressão dura e rude esperas que eu ceda aos teus caprichos. A tua boca revela um desejo malandro de se envolver sem se entregar. Uma brincadeira de crianças em que ninguém sai magoado e somos apenas dois seres a partilhar um mundo encantado que preferes esconder atrás de uma estátua de gelo cortante. Conseguir ver a tua cor é entrar nesse teu mundo labiríntico de cor, divertimento e prazer. É entrar nesse teu mundo onde te perdes e nem sempre te encontras.
Escondes-te por trás dessa tua pele e tens medo que o equilíbrio natural das tuas entranhas espirituais seja abalado e que caia por terra essa tua armadura. Tens medo de revelar que ainda és uma criança em corpo de guerra.
Deixa-me envolver-te. Deixa que as minhas mãos derretam o teu gelo e que a minha boca te devolva a cor. Sente o meu respirar junto do teu bater. Sente o fluir do meu sangue e deixa correr o sangue em tuas veias. Funde-te comigo e deixa que o mármore em que te tornaste se volatilize e possamos os dois caminhar nesse teu jardim interino que teimas em proteger. Não me assustas com esse teu ar mona lizico, muito pelo contrário, mais desejo sinto em derrubar essas paredes de aço e partilhar contigo os tesouros que guardo em meu peito.
Quero sentir as tuas mãos geladas em meu corpo ardente e quero que acalmes esta fúria inflamável…deixa-te contagiar pelo vírus do desejo carnal e espiritual… Não tenhas medo. Deixa-me beijar-te. Bebe da minha boca o elixir da vida. Sente na minha saliva o néctar dos deuses. Sente nas minhas mãos, que afagam os teus cabelos, o desejo de te fazer renascer para a realidade em que só existimos nos os dois. Realidade essa em que a tua essência se mistura com a minha e tu, meu soldado de pedra, te revelas como amante e ser de luz eterna. Não precisas de te esconder mais nesse mausoléu labiríntico, vem brincar comigo neste pátio de constelações e astros flamejantes, onde podemos mergulhar um no outro eternamente.
Será que alguma vez deixaras de ser essa estátua eterna?
Será que alguma vez te tornarás num ser de desejos etéreos?
Deixa que a tua essência faça parte da minha… anda… vem.
Espero por ti.
Não temas e seremos mortais.
Escondes-te por trás dessa tua pele e tens medo que o equilíbrio natural das tuas entranhas espirituais seja abalado e que caia por terra essa tua armadura. Tens medo de revelar que ainda és uma criança em corpo de guerra.
Deixa-me envolver-te. Deixa que as minhas mãos derretam o teu gelo e que a minha boca te devolva a cor. Sente o meu respirar junto do teu bater. Sente o fluir do meu sangue e deixa correr o sangue em tuas veias. Funde-te comigo e deixa que o mármore em que te tornaste se volatilize e possamos os dois caminhar nesse teu jardim interino que teimas em proteger. Não me assustas com esse teu ar mona lizico, muito pelo contrário, mais desejo sinto em derrubar essas paredes de aço e partilhar contigo os tesouros que guardo em meu peito.
Quero sentir as tuas mãos geladas em meu corpo ardente e quero que acalmes esta fúria inflamável…deixa-te contagiar pelo vírus do desejo carnal e espiritual… Não tenhas medo. Deixa-me beijar-te. Bebe da minha boca o elixir da vida. Sente na minha saliva o néctar dos deuses. Sente nas minhas mãos, que afagam os teus cabelos, o desejo de te fazer renascer para a realidade em que só existimos nos os dois. Realidade essa em que a tua essência se mistura com a minha e tu, meu soldado de pedra, te revelas como amante e ser de luz eterna. Não precisas de te esconder mais nesse mausoléu labiríntico, vem brincar comigo neste pátio de constelações e astros flamejantes, onde podemos mergulhar um no outro eternamente.
Será que alguma vez deixaras de ser essa estátua eterna?
Será que alguma vez te tornarás num ser de desejos etéreos?
Deixa que a tua essência faça parte da minha… anda… vem.
Espero por ti.
Não temas e seremos mortais.
Como me deixas
Tu deixas-me animal
Irracional
Incoerente
Ilógico
Deixa-me sentir-te
Provar-te
Tocar-te
Acariciar-te
Rasgar-me ao teu toque
Soltar a minha alma
Gritar de prazer
E chamar por ti
Bebermos o néctar dos Deuses
Em nossos corpos nus
Puros
Imaculados
Efervescentes de desejo
Abrir o meu coração
Ao teu respirar
Ao teu toque
Ao teu sangue em mim
Provar o teu sal
Tempero da vida
Desejo das nossas bocas
Quentes
Mortais
Sedentas
Sou teu aqui e agora
Sempre
No mundo dos corpos
Dos desejos descontrolados
Tu
Eu
Um só
Irracional
Incoerente
Ilógico
Deixa-me sentir-te
Provar-te
Tocar-te
Acariciar-te
Rasgar-me ao teu toque
Soltar a minha alma
Gritar de prazer
E chamar por ti
Bebermos o néctar dos Deuses
Em nossos corpos nus
Puros
Imaculados
Efervescentes de desejo
Abrir o meu coração
Ao teu respirar
Ao teu toque
Ao teu sangue em mim
Provar o teu sal
Tempero da vida
Desejo das nossas bocas
Quentes
Mortais
Sedentas
Sou teu aqui e agora
Sempre
No mundo dos corpos
Dos desejos descontrolados
Tu
Eu
Um só
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