Perdi-me na imensidão das particulas, vagueio nesta forma molecular desagregada sem saber onde pertenço. Sou fumo em noite fria que rasteja pelas paredes desta cidade em busca de um poro para me aconchegar e chamar de meu…
Quero um pescoço para morder e encostar os meus labios, uma pele quente para aquecer o meu gelo, um corpo definido e concreto, forma essencial de ti que não seja eu, onde me possa perder e encontrar sem sair dos contornos das tuas formas. Quero materia real para encher estas paredes amorfas forradas a fantasias imorais. Seres de luz que levem esta escuridão e me devolvam ao caminho previamente definido para mim.
Repouso o corpo na catarata refrescante das recordações e das memorias. Deixo-me flutuar na essência que fui e envolver nos braços que já foram meus. Encho-me de ondas coloridas e canto para mim com vozes do passado. Embalo-me nesta existência irreal e mergulho nas águas estagnadas de nós, rebolo e mergulho novamento e deixo-me ficar enrolado nos lençois suados que guardam o cheiro dos corpos que já foram meus. Sou meu aqui, nesta minha forma de existir ausente.
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