Embalo-me onde ninguem me encontra e deixo-me ficar. Não quero ser visto nem sentido, apenas quero ficar longe dos sentimentos e da realidade. Não me aches. Vê-me invisivel como realmente sou e deixa-me aqui ficar. Vai-te. Não venhas. Vai-te…
Canto em surdina de voz rouca de gritar em silêncio para ninguem me ouvir, chamei por ti apenas para ter a certeza que não estavas acordado e fechei as janelas para a brisa da noite não despertar este corpo adormecido em lençois meus.
Levantei-me na realidade e fui encher a banheira de lembranças quentes e salpiquei-as com aromas esquecidos. Pé ante pé fui me fundindo no seu interior e deixei-me ficar a sonhar. Não acordes. Deixa-nos ficar aqui. Abraçados nesta nossa realidade. Sente como estamos bem nesta nossa maneira de ser tão caracteristica.
Ouves a melodia que ecoa nestas paredes? É o nosso coração que a toca para nos aconchegar. Deixa-a tocar. Deixa-a tocar mais alto. Deixa-a ensurdecer os nosso sentidos e tomar conta de nós. Ouve a sua batida e mergulha no seu ritmo, sente as suas vibrações e move o teu corpo ao seu compasso. Deixa que sejamos um só, funde-te comigo… vem até mim sem me acordar, ouve este chamamento e envolve as tuas formas nas minhas. Materializa-te nas minha entranhas e deixa-me sentir. Derruba as barreiras do real e fantasiemos como um só, neste corpo que é nosso e paremos de partilhar para começar a existir. Sinto a tua boca na minha e as tuas mãos rasgar as minhas paredes de metal…
Ups, tirei a tampa da banheira.
2 comments:
Vou aparecendo (^_^)
Desejo... partilhado!
Post a Comment